No fundo, bem no fundo de mim encontrei uma porta com ar antigo. Mal se notavam as letras gravadas: «saída».
Atrevi-me. Afinal já estou no fim ou lá perto. O tempo passou e desbravou o caminho e agora passo o tempo sem caminho para percorrer.
A mão tremeu, suada, e um guincho irritante anunciou a abertura. Fechei os olhos, inundada já do medo que tentara conter.
Percebi por detrás das pálpebras cerradas a luz. Muita luz, muita paz. Abri os olhos.
No fundo de mim estavas tu, por detrás de uma porta onde a palavra «entrada» estava pintada de fresco.
Abri-a e entrei. Afinal, o meu fim, era acompanhar-te no teu começo…
3 comentários:
Porque tudo é cíclico...
A final.
E a luz não se extingue em definitivo.
Beijinhos.
Cá estaremos
no ciclo das marés
...quase enredo de filme. Accção, luzes....e a porta do clamor abre-se...
Entras...compassadamente...atiras alguns olhares e rematas com sorrisos cúmplices....
-Corta!
-Vamos repetir!
Desta vez, demoras mais tempo a abrir a porta...sorve-se o teu desejo...e lês nos olhos, o que gritas d'alma...
- Corta!
Vamos descansar um pouco. Perguntas ao realizador: - Gostaste?
- Sim...caramba...senti-me agarrado ao teu sonho...Ah! e da próxima não me faças esperar!
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