A noite soprava gelada
-Tinha que ser abaixo de zero-
O sopro do vento escuro,
O gemido por detrás do muro
Alto e denso do nada.
A noite gemia aguada
Tinha que ser assim líquida
A pele da lua límpida
Branca e alva, lívida
Sempre ali e tão perdida:
A minha voz na noite molhada
Na noite escura, encharcada
Falava-te língua de lágrimas
Feitas cristal, feitas no gelo
Vidro soprado do frio da alma
Falava-te no reflexo do granizo
Pingando no vazio - quase estilhaço-
Buscando-te para se derreter
Para se desfazer no teu regaço.
3 comentários:
O vento rugia na noite
O medo surgia como açoite
da madrugada por chegar
O vento gemia na cama
O medo eterno de quem ama
no dia a despontar
O vento por fim calou
O medo então acabou
Na tarde que desfalecia
Os teus braços eram os meus braços
Nós dois adormecendo em sargaços
Na noite que então surgia.
Beijo, G.
(deu-me práqui...)
E deu-te tão bem, Maria!
Que bem souberam, as tuas palavras!
Beijo
Olá, boa noite!
Creio ser esta a minha 1ªvisita.
Gostei do seu blog.
Saudações poéticas
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