28 novembro 2010

SAL

O Sal está quente
Evaporado da água chorada
Em frases desmanchadas
Em letras revoltadas

Quente, o Sal
Fervendo o sol no fogo lento
Cada labareda em lamento
Canta notas de tormento


Estala, o Sal ardente
Ressequido do que não diz
Cercado pelo que não quis
Cristal baço, infeliz

Arde o Sal, afinal
Em fogaréu falho de chama
No fogo gelado de quem chama
A boca quente, que ama

Não faz mal
Que o Sal molhado
Se dissolveria afinal
Nas lágrimas do tempo chorado

2 comentários:

FlorAlpina disse...

O sal molhado, dissolvendo em poemas, as palavras salgadas, que as lágrimas em seu tempo ressecam...

Bjs dos Alpes

Sil-vania disse...

Menina tu manda muito bem!
Parabéns por escreveres com tanto lirísmo.Gostei demais.
Beijos