À ilharga. Dependurada.
Escorrendo-lhe dos cabelos
Enrolando-se-lhe em novelos
Moldando-se-lhe aos desesperos.
Às costas. Escancarada.
Vergados, os ombros magros
Apagados, os sorrisos rasgados
Ganhos, os olhos amargurados.
No fundo. Instalada.
Na dor nascida, criada
Nas entranhas aninhada
Tristeza suja, molhada.
Em si. Entranhada.
Pintada de negro no dia
Brilhante na noite de insónia
Triste nos pesadelos: vazia!
Na alma. Condenada.
Presa nos fios de nada
Teia invisível, tecida
No tear encravado da vida…
28 Abril 2010
3 comentários:
Tecer a vida! Gosto da imagem e borda o poema.
Um beijo
G
Difícil... não conseguirmos desenrolar o novelo nem tecer malhas de esperança
Deixei cair algumas malhas e agora as agulhas encravam-se-me nos dedos
Está lindo o teu tear
Aromas de
PÉTALA
Lídia, Pétala:
Felizmente, este desespero foi «roubado».
Felizmente, porque é o mais violento que já partilhei.
E no colo dos outros, dói-me a mim também!
Obrigada!
Beijinho
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