27 abril 2011

ESTÁ TUDO DITO



A palavra não se diz e entre cada letra… sorris
Num mergulho de suor, esqueces o frio, a dor
E nas frases por dizer vives e fazer viver
A palavra não se quer mas não se deixa esquecer
E dos vazios faz leito, rio correndo a eito
Atropelo de beijo que não queima o desejo
A palavra não se escreve, flutua mágica e breve
Não quer poiso nem lugar, não se deixa capturar
Livre que é, vai e vem e não se dá a ninguém
A palavra, não se diz
A palavra não se quer
A palavra não se escreve
No silêncio do teu olhar
Afinal
Está tudo dito….

10 abril 2011

VOLTAR A PARTIR

Abres as páginas do mundo com essa gargalhada que te invade e clama e rasga e ecoa dentro de nós antes de soar fora de ti.
Lanças luz nos buracos negros do universo quando a brisa te sopra o brilho do olhar e o espalha, como purpurinas para além do segredo das estrelas.
Soltas mares e oceanos de águas doces ou revoltas consoante são de alegria ou de dor as lágrimas que choras.
És paz absoluta quando nos roubas os silêncios, quando os fazes teus, os abraças e acarinhas só para os devolveres depois, assim, memórias apaziguadas de mágoas passadas.
Esta mão, deixo-a aqui. Fixa-lhe o lugar sempre que fores passear numa bruma ameaçadora, sempre que uma alma atormentada te intrigar, sempre que o medo te fizer avançar.
Agarra-a, quando precisares de voltar.
Mas não te esqueças de voltar a partir.