29 dezembro 2011

Feliz Ano Novo!

PRIMAVERA


No fim de tudo, estou eu.

Pousada num ramo de amendoeira.

Longe das sombras

Exposta ao Sol

Seco.

Não caio com as folhas

Vejo a melancolia pousar

Esmoreço.

Lavo-me na chuva fria

Resisto aos vendavais

Fico.

Pousada num ramo de amendoeira

Eis-me, no fim de tudo,

À espera que floresças,

Primavera.

10 dezembro 2011

ASSIM

- Sim.

Sim, sim, sim, sim, sim.

Ribomba em eco dentro de mim

Assim.

Som metálico

Rosto pálido

Tanto amor

Para esta dor

Assim.

Sonoro em grito dentro de mim

Sim, sim, sim, sim, sim.

- Sim.

Respondes.

É o fim?



06 dezembro 2011

BORBOLETAS

Depressa, vai buscar as redes de caçar borboletas!

Muitas. Tantas serão de menos: traz mais ainda.

Rápido! Corre e trá-las. Senão…

Os pássaros voam e caçam no ar

As brisas sopram e na ira fazem-se ventos

O chão é frio e sujo e não me quero lá.

Lança-as ao ar, as redes,

Em movimentos suaves e circulares

E apanha-me na queda:

Porque implodi e estou desfeita

Em cinzas que flutuam num voo breve.

Que um pássaro me não confunda,

Que um vendaval me não faça perder,

Que o chão não me acolha para que me pisem.

Se não me recolheres toda,

Que me levem as borboletas.



6 Dezembro de 2011