17 outubro 2010

ENTRA


Entra
Mas fica quieto
A casa ainda está deserta
O silêncio ainda a tem
Ainda não sabe que vens
Senta-te
Aquieta-te
As sombras ainda conversam
O silêncio não as incomoda
Ainda não sabem que vens
Espera
Sossega
O cheiro ainda tão fresco
Do corpo ardente, usado
Cola-se às cortinas, entranha-se
Ainda não sabe que vens
Dorme
Acorda
No sonho de sempre para sempre
Irreal na vida que mais não é
Que a triste ditadura da loucura
Ainda não sabe que vens

Não saberá - jamais - que te foste...


3 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Excelente poema, querida amiga.
"Sei que existe a cor
a palpitar o vazio que te precede".
Boa semana. Um beijo.

ruth ministro disse...

Também gosto deste teu espaço, dedicado às nossas amadas palavras...

Beijos

M(im) disse...

Obrigada!
Fico feliz!
Beijinhos