08 maio 2011

LUZ

Gritos, sussurros, ofensas, pedras lançadas de lado nenhum e a luz… não fugia.


Descansava todas as noites, nunca breu, antes obscuridade onde mantinha um brilho diáfano, quase sumido.


De noite deixavam-na estar. Só até ao dia chegar e o brilho incomodar.


De noite, deixava-se estar quase bem, na vigília que lhe tolhia a profundidade do sono.


Manhã. Misturada com o Sol, passaria despercebida. Assim seria não fora o impacto que causava no sentir alheio. A luz do Sol até podia queimar. A sua… não devia existir.


Ainda assim não fugia. Brilhava firme, na sua missão de iluminar.


Sabia que um dia se apagaria. Mas só depois de ter iluminado tudo o que se lhe pedia.

4 comentários:

Lídia Borges disse...

O poema organiza-se entre dois pólos opostos - a luz e a sombra configurados na manhã e na noite, extravasando da natureza para a natureza da alma humana. Gostei da supremacia da luz sobre a sombra.

L.B.

Mar Arável disse...

Um grito intemporal

a rasgar

Nilson Barcelli disse...

Excelente.
Gostei imenso, querida amiga G.
Tem um bom fim de semana.
Beijos.

mariam [Maria Martins] disse...

G...

Ecoa esse grito! Gosto.


Fechei a caixa de comentários do http://mariasentidos.blogspot.com/ (um dia destes reabro), mas continuo a visitar o 'blogobairro' e embora ande parca no comentar, não me esqueci de Ti nem dos outros(as)amigos(as).

um abraço e o meu sorriso de sempre :)
mariam