23 março 2011

ATRÁS DE TI



Atrás de ti
Na porta que não vês
Há uma silhueta
Recortada da sombra
Amarrotada
Largada
Do resto dos teus passos.
Atrás de ti
Uma chuva de porquês
Cai numa gaveta
Oculta na penumbra
Encharcada
Esquecida
Do calor dos teus abraços
Não te vires,
Não olhes,
Não procures.
Ou então
Arrisca
Cruzar-te
Com o futuro.


5 comentários:

Maria disse...

Não creio que arrisque...

Um beijo.

Mar Arável disse...

O futuro

é o instante que segue

no belo ciclo das marés

OUTONO disse...

Como é possível, uma beleza assim escrita, numa dor que exala...uma amargura?

Nilson Barcelli disse...

O poema do desencanto... com uma pontinha de esperança.
Belíssimo, apesar disso.
Gostei muito, o poema é muito bom.
Querida amiga G., tem um bom fim de semana.
Beijos.

Filoxera disse...

Há muito quem não arrisque cruzar-se com o futuro...
Beijos.