10 março 2011

PODIAS


Podias ser corpo.
O meu que fosse.
Para seres calor apertado quando te abraço e me desfaço na dormência do que não se sente.
Podias ser corpo.
Ter olhos para olhar o céu.
Para te poder contar muito em segredo que o princípio de todas as nuvens é uma lágrima que não quer voltar a ser derramada.
Podias ser corpo.
Ter pele para sentir.
Para te encharcares do meu suor, brotando-te de cada poro, enquanto me deixas o teu cheiro no ar quando te afastas.
Podias ser.
Tudo o que quisesses.
Se ao menos existisses.







3 comentários:

Mar Arável disse...

Belíssimo

Já somos dois

e ainda há tanto mar

OUTONO disse...

Podias...
Ser mais alegria e sorrir neste escrever....Podias!
Mas esta "dor" aqui expressa é beleza sublime e, pode suplantar o natural sorrir...
Podias...e podes...escrever no amanhã de agora..., talvez o sol pare um pouco e o tempo te diga...podias e ainda podes!
Beijinho!

Nilson Barcelli disse...

Excelente.
Beijos, querida amiga.