30 novembro 2010

HORA

A esta hora não costumo ser tangível. Estico a mão, toco-me mas não me sinto. Etérea, desfaço-me num sopro de ar e deixo-me transportar no rumo dos grãos de pólen.


A esta hora tanto se me dá que os olhos estejam abertos ou fechados. Ignora-os. A realidade que me acolhe não se vê, porque fica por detrás do meu olhar. E do teu.


A esta hora os ruídos são externos, não audíveis. Percebo-os apenas na vibração e na tensão que o seu excesso provoca nos rostos anónimos, que se contorcem sem sequer se aperceberem do desconforto.


A esta hora, sonho. São-me anónimas todas as expressões. Nelas só busco o reflexo do Mundo.


Quando a luz me toca, me olha de frente, me chama num sussurro e ilumina a cara das gentes…devolve-me em reflexo todos os mundos.

No teu sorriso.

5 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Saio daqui mais uma vez maravilhado com o que escreves.
O teu texto é excelente. Gostei mesmo muito.
Querida amiga G., um beijo.

Mar Arável disse...

No teu sorriso

não existem horas

para amar

FlorAlpina disse...

Olá G.,
Gosto de a ler, a esta hora!

Bjs dos Alpes

PÉTALA disse...

G
Qualquer hora é desejavel para te ler...!
E ler-te traz-nos o sorriso que desejas e o encanto que reflectes...!

Perfume de Pétala

Filoxera disse...

Há sorrisos onde apetece mergulhar.
Como há pessoas onde apetece ficar...
Beijos.