31 janeiro 2011

ALÉM TEJO


Ardes no vento que passa

Pedes água a cada nuvem

Sob o Sol que te trespassa

Não se vislumbra ninguém…

Nem coberto pelo ouro

Da riqueza que faz pão

Te adivinham tesouro

Ao alcance de cada mão.

Respiro a generosidade

Por entre passos sem eco

Da sombra e da verdade

De um sobreiro quase seco.

E oiço sob as oliveiras

Onde se sentava o pastor

As cantigas das ceifeiras

Derretendo sob o calor.

Ardes de febre e de vida

Abraças a noite num beijo

Feito de terra esquecida

Deixaram-te ficar Além Tejo.

4 comentários:

Mar Arável disse...

Belo

Filoxera disse...

Adoro o Alentejo. E também gosto muito de te ler.
Beijos.

A.S. disse...

Um lindo poema! Gostei da musicalidade das palavras!...

Beijos,
AL

Nilson Barcelli disse...

Ardes de febre e de vida
Abraças a noite num beijo
Feito de terra esquecida
Deixaram-te ficar Além Tejo.


Gostei imenso do poema, mas esta quadra é sublime.

Querida amiga G., boa semana.
Beijos.