29 janeiro 2011

SILÊNCIO

Meti a mão nas entranhas do silêncio
Esmurrei-o
Senti-lhe o sangue abrasador nos dedos
Rasguei-o
Soltou-se, irrompeu brutal em desvario
Persegui-o
Pelas vielas escuras da rua dos medos
Encontrei-o
Sentado ofegante num beco sem saída
Abracei-o
No abraço que se oferece à vida perdida
Amei-o
Menino perdido no meio de brinquedos
Guardei-o
Para sempre fechado na caixa dos segredos

2 comentários:

Mar Arável disse...

é preciso libertar o silêncio

digo eu

Nilson Barcelli disse...

Excelente.
Beijo grande, minha amiga.