18 julho 2010

aPENAs

aPENAs estava sentada
os olhos no mar agitado
memória quase apagada
corpo só, meio despido
quando a vaga me alcançou
desmanchou o meu torpor
sem pudor me encharcou
de água ressequida do amor
empurrada por uma carta
fez-se onda insolente
deixou na areia escrita
recado de estar ausente
sacudi-te da minha pele
gota triste, que não molha
água morna, sentir mole
que tem luz e que não brilha
aPENAs estava sentada
Com o mar ali à mão
na superfície agitada
contei da minha paixão
naquele instante bendito
atirei-me ao mar da lua
com coragem feita grito
líquida em mim, toda nua
mergulhei nele as palavras
os porquês que já gastei
as lágrimas que não secavas
o infinito em que te amei
mas o mar tinha a casa cheia
com o desvelo de um amante
deixou-me deitada na areia
rogou ao Sol que me levante…..

9 comentários:

Lídia Borges disse...

Devaneios com sabor a sal e cheiro a maresia.

Bom Domingo!

Nilson Barcelli disse...

Um belo poema de Verão... há mensagens que são verdadeiras ondas...
Querida amiga, boa semana.
Beijos.

M(im) disse...

Lídia: e com cheiro a tormenta e a esperança....
Obrigada!
Beijinhos

M(im) disse...

Nilson: porque o mar não existe em vão. É o abrigo da nossa solidão, o mensageiro do nosso perdão.
Obrigada
Beijinhos

ErikaH Azzevedo disse...

Esse (a)mar imenso, que nos salga tantas vezes por dentro , com gosto de lágrima...(a)mar que nos leva longe, (a)mar que nos traz de volta, sempre cheio de bençãos, tristezas...mistérios...há que o saber sentir,ser e viver... até a sua ultima gota. Amor só com amor se salva.

Lindo demais teu poema menina. Gostei do teu mundo de palavras e sentires e por isso te sigo, desde já.

Um beijo

Erikah

M(im) disse...

Erikah: bem vinda então! E obrigada pelo gostar.
Beijinhos

M(im) disse...

Erikah: bem vinda então! E obrigada pelo gostar.
Beijinhos

Maria disse...

Gostei muito da forma como usaste aqui estas palavras... :))

Beijo.

M(im) disse...

MARIA: obrigada! Aqui tive ajuda na inspiração - um poema do OUTONO...
OBRIGADA!
Beijo