16 julho 2010

OLHAR


Deixa-me limpar-te o olhar

Pegar num pano com água e sabão e esfregar

Lavar as nódoas da vida

Essa pústula em ferida

Que te turva horizontes, que teima em te cegar

Quero ser espanador, sacudir esse pó de dor

Que te traz presa ao fundo

Que não te liberta um segundo

Que te encerra às escuras no leito seco do horror.

Quero usar lixívia para te desinfectar a alma

Que tens mas que não sentes

Que guardas e quase desmentes

Branca e alva, hás-de reconhecê-la na calma…

Deixas-me? Limpar-te o olhar?

2 comentários:

Lídia Borges disse...

Um banho purificador?

Beijo

M(im) disse...

Lídia: uma limpeza à tristeza e à dor.
Beijinhos
E obrigada....