16 junho 2010

VULCÃO


No horizonte estava frio.
Puxei as pontas do arrepio
E cobri-me de desalento:
Gelou o Mar num momento.
Queria chorar-te em fio
Nas águas inversas do rio
Que trago corrido para trás:
Para a frente não sou capaz…
No Sol nascido estava calor.
Despi a pele e fiz-me nua
Dos vícios mundanos do amor:
Carne em chama, toda tua!
Cratera que sou de um vulcão
Fundo-me na lava dormente
Ofereço-me, rubra de paixão
À terra líquida, incandescente.
No teu sorriso havia alegria.
Quando o vulcão se acendia
Com um beijo derretia o Mar
E com outro se fazia amar….

2 comentários:

PILAR disse...

Olá

Por aqui ainda se sente o cheiro a enxofre e paixão...

O prazer está onde o sabemos encontrar. O importante é senti-lo: quer em carne viva, quer quando nos atravessa uma brisa e tudo à nossa volta permanece quieto.

É bom ler-te!

M(im) disse...

PILAR: obrigada pelo comentário.
É bom ter-te por aqui...